Turismo inteligente: como cidades estão usando chatbots para atrair e orientar visitantes em tempo real

Ferramentas como chatbots estão se tornando aliadas estratégicas para prefeituras e organizações de turismo que desejam melhorar o atendimento ao turista, gerar dados e aumentar o fluxo de visitantes. Especialista explica como isso tem transformado destinos no Brasil

Com a digitalização acelerada do turismo e a busca dos viajantes por informações instantâneas e personalizadas, os órgãos públicos e DMOs (Destination Management Organizations) têm encontrado no marketing conversacional, um caminho para melhorar a experiência do visitante, desde o planejamento da viagem, até o retorno para casa.

O uso de chatbots em sites oficiais e canais como WhatsApp, tem crescido de forma expressiva em destinos turísticos brasileiros, inclusive em cidades do Sul do país. Por meio dessas ferramentas, os turistas conseguem tirar dúvidas sobre atrações, roteiros, gastronomia, hospedagem, mobilidade e eventos, em tempo real, o que fortalece o engajamento e influencia diretamente na tomada de decisão.

“Hoje, o turista quer respostas rápidas e seguras, e o marketing conversacional entrega isso. Ele transforma o canal oficial de atendimento em uma verdadeira central de apoio ao visitante, disponível 24 horas por dia, com linguagem acessível e funcionalidades personalizadas”, explica André Farias, sócio da Coevo.co, plataforma especializada em marketing para hotelaria, turismo e destinos.

Segundo ele, além de informar, os chatbots ajudam a coletar dados valiosos sobre o perfil dos turistas, os temas de maior interesse e os comportamentos de navegação, o que permite aos destinos ajustarem campanhas e ações com mais precisão. “É uma via de mão dupla: o visitante se sente acolhido e o destino passa a conhecer melhor seu público”, completa.

Cidades como Bonito (MS), Salvador (BA) e Canela (RS) são exemplos de lugares que adotaram estratégias digitais para melhorar o relacionamento com o turista. Em Canela, por exemplo, a implementação de um assistente virtual no WhatsApp da Secretaria de Turismo ajudou a descentralizar informações e reduzir a sobrecarga de equipes físicas de atendimento, especialmente em alta temporada.

O Sul do Brasil tem enorme potencial para explorar melhor o marketing conversacional. Além dos atrativos naturais e culturais, a região já possui uma base turística consolidada. O que falta, muitas vezes, é a conexão digital entre os gestores e o público”, destaca André.

Para ele, o chatbot é mais do que um canal de atendimento. É uma ferramenta de marketing, relacionamento e inteligência territorial. “O turista que interage com um chatbot bem estruturado sente-se acolhido desde o primeiro contato. Isso melhora a percepção sobre o destino, aumenta o tempo de permanência e estimula o compartilhamento de experiências positivas.”

A expectativa é que, nos próximos anos, esse tipo de tecnologia se torne parte indispensável da gestão de destinos inteligentes. “Não se trata de substituir o atendimento humano, mas de ampliá-lo com eficiência e estratégia. Quem sair na frente agora, sai com vantagem competitiva”, finaliza.

Com assessoria

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