Bituruna é um pedaço da Itália no Paraná

Entre vinhos, boa comida e hospitalidade, a cidade carrega a tradição italiana no DNA. Neste texto eu disponibilizei bastante informações. que tal vivenciar esta experiência também?

Jornalistas e influenciadores convidados pelo Consevitis/RS, em parceria com o Sebrae Nacional, embarcaram em uma viagem de experiência pelo Sul do Paraná, com destino a Bituruna. Eu fiz parte desse grupo e confesso: fiquei surpresa com tudo o que vivi por lá. Para ser sincera, pouco tinha ouvido falar sobre a cidade, afinal, não era um destino que estava no meu radar. Mas logo nos primeiros momentos, percebemos que Bituruna é um verdadeiro tesouro escondido, onde a cultura italiana pulsa em cada detalhe, da gastronomia farta à hospitalidade calorosa. A viagem me fez voltar às origens.

Com cerca de 16 mil habitantes, Bituruna é majoritariamente italiana. A colonização começou por volta de 1920, quando descendentes de imigrantes vindos do Rio Grande do Sul encontraram na região um lugar fértil para recomeçar a vida. A partir de 1924 começaram chegar as primeiras famílias. Na época, era apenas uma colônia com o nome de Santa Bárbara, nome dado pela empresa colonizadora. A partir de 1954 passou a ser chamada de Bituruna, que na cultura tupi, significa Serra Negra/Monte Negro.

Junto com os sonhos de uma nova vida, esses imigrantes trouxeram na bagagem mudas de videiras, como Isabel, Bordô e a famosa Casca Dura. A viticultura passou de geração em geração, e com o tempo, a produção artesanal de vinho evoluiu para uma atividade profissional. No início dos anos 2000, as vinícolas da região se modernizaram, transformando a tradição em vocação econômica e cultural. O reconhecimento veio em 2020, quando Bituruna recebeu oficialmente o título de Capital do Vinho do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado.

Hoje, os netos e bisnetos daqueles primeiros imigrantes continuam honrando suas raízes. As propriedades foram transformadas em vinícolas comerciais, os vinhos ganharam rótulos próprios e a cidade cresceu, investindo em infraestrutura, hotéis, gastronomia e, claro, na preservação das tradições.

Bituruna faz parte da Rota do Vinho e recebe visitantes de diversos lugares. O mais interessante? Basta algumas horas por lá para se sentir parte dessa cultura. A hospitalidade é contagiante, e é quase impossível sair da cidade sem falar um grazie ou um salute!

O press trip, realizado de 17 a 21 de fevereiro, nos proporcionou experiências inesquecíveis: visitamos vinícolas, saboreamos a autêntica culinária italiana, pisamos uvas para transformar em vinho e convivemos com os descendentes que mantêm viva a história iniciada com a Colônia Santa Bárbara.

Roteiro de viagem às vinícolas Biturunenses


Para melhor destacar cada empresa que conhecemos, degustamos vinhos e comida, vou fazer um roteiro com atrações e contatos para você também planejar sua viagem!

Sanber e Bertoletti – Se tem uma coisa que Bituruna faz bem, é unir tradição, cultura e, claro, bons vinhos! A Sanber nasceu da união de duas famílias, os Sandi e os Bertoletti. As famílias chegaram em Santa Bárbara (hoje Bituruna) lá pelos anos 1940 e trouxeram na bagagem, mudas de videiras e começaram uma pequena produção artesanal de vinhos. Hoje, mesmo sendo uma vinícola jovem, a família carrega mais de 80 anos de tradição na viticultura, que é gerenciada pela bisneta, a enóloga, Michele Bertoletti Rosso.

Entre os rótulos produzidos, o Casca Dura se destaca e conquistou medalha de ouro na Wines of Brazil Awards em 2020 e 2021.

História – Além dos vinhos, a Sanber preserva sua história com um museu montado na casa dos antepassados, onde é possível ver móveis antigos, rádios, louças, discos de vinil, camas com colchão de palha, uma grande mesa com 22 lugares, onde a família se reunia para as refeições. Um lugar com muita história.

A Sanber tem loja online e entrega em todo o Brasil. Para fazer visita e viver a experiência de pisa na uva e degustar a merendin, mesa de lanche na hora da pisa, basta fazer a reserva pelo site: www.vinicolasamber.com.br.

Vinicola Bertoletti – Esta vinícola é uma mistura perfeita de paixão pela viticultura, história e inovação. Tudo começou com os nonos Bertoletti, que saíram de Bento Gonçalves (RS) em 1927, atravessando cerca de 30 dias de viagem de carroça​ puxada por bois, até Bituruna. Na bagagem? Mudas de videiras e o sonho de construir uma nova vida, numa terra nova, cercada por araucárias.

De lá para cá, cada geração manteve viva essa tradição. Claudinei Bertoletti, neto dos fundadores, se formou em enologia para elevar a qualidade dos vinhos e expandir a comercialização. A partir dos anos 2000, a vinícola cresceu ainda mais e hoje ocupa um espaço importante no cenário da viticultura paranaense.

Nos últimos anos, a Bertoletti investiu forte em infraestrutura e tecnologia, chegando à quarta geração da família no comando do negócio. A Bertoletti também recebe visitantes para degustações e passeios guiados. Agende esta experiência que vale muito a pena. Site: www.vinicolabertoletti.com.br.

Di Sandi – Nesta vinícola, a experiência vai muito além de degustar bons vinhos. A harmonização com tábuas de frios e a experiência de participar do processo de transforma uvas em vinhos, torna tudo ainda mais especial. Essa história começou com o casal Luiz Antônio e Assunta Vens Sandi, descendentes de italianos que chegaram à Colônia Santa Bárbara, também vindos do Rio Grande do Sul. A paixão pela viticultura passou de geração em geração, até que, em 2002, nasceu oficialmente a Vinícola Di Sandi, garantindo a continuidade desse legado.

Mas nada substitui a vivência no próprio vinhedo! Os visitantes podem participar da colheita, acompanhar o processo de engarrafamento e degustar vinhos harmonizados com frios selecionados. O passeio é conduzido pelos próprios donos, que também são enólogos.

As visitas precisam ser agendadas com antecedência e a propriedade oferece opções para eventos, grupos técnicos e até experiências imersivas, como engarrafar seu próprio vinho para levar para casa. Os produtos estão à venda na loja virtual www.disandi.com.br.

Fábrica de massas e alegria

Se tem uma coisa que faz a experiência na fábrica Massas Beponi ser única, é a mistura de comida boa, natureza e aquele jeitão acolhedor dos descendentes de italianos. A propriedade, que é cercada por açudes, arroios e a imponente floresta de araucárias, é comandada por uma família carismática, que gesticula muito enquanto fala e mantém vivo o sotaque do dialeto Talián.

O grande anfitrião é José Masiero, mais conhecido como Beponi, um verdadeiro símbolo da tradição italiana na região. Além de um papo animado, ele e sua família são especialistas na produção de massas artesanais e da clássica polenta brustolada (assada), sempre acompanhadas de um bom vinho – ou como dizem por lá, un bechiere de vin!

Atualmente, a família Beponi produz cerca de 3 toneladas de massas por mês, com mais de 28 variedades, que são distribuídas em supermercados e restaurantes da região. “Eu nunca comi um tortéi com molho de frango tão saboroso”.

Além disso, o espaço, que é amplo e com a natureza predominante, está aberto para pequenos eventos, piqueniques e visitas à fábrica para quem quer viver a experiência de perto. Siga no Instagram: @massabeponi.

Restaurantes biturunenses

Combina boa, tradição e acolhimento se encontra no Restaurante 7 Colinas. O nome vem do número de mulheres da família Bertoletti, que tocam o negócio com aquele jeitinho italiano de ser: muito sabor, amor e boas prosas! A ideia do restaurante surgiu lá atrás, com o agricultor Augusto Bertoletti, que queria garantir trabalho e renda para as mulheres da família.

Como dona Helena já era experter no preparo de massas, veio o estalo: por que não abrir um restaurante? Assim, mãe, esposa, quatro filhas e uma neta arregaçaram as mangas e colocaram o plano em prática. E já se vão 27 anos de história!

A chef da casa, uma das filhas e nutricionista, Samira Bertoletti, trouxe um toque especial para os pratos, misturando os temperos típicos da nona com ingredientes naturais. No buffet, tem de tudo um pouco: geleias de cebola roxa, uvas-passas e vinho tinto biturunense, gengibre ao vinho Casca Dura, sem falar do enorme favo de mel para harmonizar com carnes assadas na brasa. Sabe o dito: comer rezando? É bem assim que me senti no almoço.

As receitas? Bem, elas foram passadas de geração para geração, mantendo viva a cultura italiana na cozinha. Siga no Instagram: @restaurante7colinas.

Fogão a lenha -Bituruna também tem um restaurante que serve a comida com sabor de casa de vó: Fogão a Lenha! No coração da cidade, o restaurante é comandado pelo casal Mauro e Maria, que cresceram por ali e sempre tiveram a cozinha como parte da história.

Maria, desde ​c​riança, já se aventurou no fogão a lenha, preparando delícias como virado de feijão, torresmo, ovo frito e couve refogada, entre outros. Quando casou com Mauro, o cardápio foi ganhando novos sabores, inspirados nas viagens dele, principalmente por Minas Gerais.

Hoje, o Fogão a Lenha é um verdadeiro encontro de tradição italiana e mineira, onde os aromas e temperos fazem qualquer um se sentir em casa. Vale a pena a visita para provar essa mistura de sabores! Instagram: @restaurante_fogão_a_lenha1.

Sabor Italiano – Outro restaurante que valoriza a cultura italiana é o Empório Sabor Italiano. A mesa do buffet é uma verdadeira festa, com massas frescas, que vai da lasanha, rondelli, spaghetti, o famoso tortéi, aos queijos artesanais, salames e saladas típicas, como o delicioso radicci.

Além do buffet, o restaurante oferece uma seleção incrível de vinhos locais, que podem ser degustados na hora ou levados para casa. Na loja anexa, é possível encontrar sucos de uva, vinhos premiados e acessórios para os amantes da bebida. Contato: (42) 3553 1250

Erva-Mate na rota do vinho

Pela primeira vez tendo o contato com o processo de preparo da erva mate

Visitar a Ervateira Verde Real foi uma experiência incrível! A maioria do grupo de comunicadores nunca tinha visto de perto todo o processo da erva-mate – do plantio à colheita, secagem, moagem e empacotamento – sem falar nas dicas para preparar a ​’cuia​’ perfeita para um bom chimarrão.

Embora a madeira seja o principal setor econômico de Bituruna, Luiz André Schultz, proprietário da ervateira, contou que a erva mate e a uva convivem em harmonia na agrofloresta, ajudando na sustentabilidade. Hoje, 85% da erva-mate é nativa, crescendo à sombra das araucárias, enquanto as cultivadas recebem sol pleno.

A Verde Real abastece mercados no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A tradição vem de longe: as primeiras mudas chegaram a Bituruna de carroça, trazidas pelos antepassados gaúchos! Visite o site: ervamateverdereal.com.br.

Hospedagem em Bituruna

Hospedagem com vista incrível – Se você busca uma experiência única em Bituruna, a Casa Toscana do Brasil é o lugar perfeito! Cercada pela natureza, a casa tem um clima aconchegante, decoração rústica e uma cozinha super equipada – ideal para férias em família ou um fim de semana relaxante.

O espaço conta com um quiosque charmoso, equipado com churrasqueira, forno a lenha, sofás e mesas, tudo com uma vista panorâmica incrível: parreiras, olivais, araucárias e um pôr do sol de tirar o fôlego. Mesmo no verão, o clima é ameno, perfeito para curtir o friozinho da serra.

Para os apaixonados por fotografia e natureza, o cenário rende muitas fotos. Além disso, a casa tem internet Starlink de alta velocidade, perfeita para quem precisa trabalhar remotamente.

A hospedagem tem três quartos com ar-condicionado, uma sala ampla com lareira e TV para aquela sessão de cinema e uma varanda com redes para relaxar. Um refúgio para esquecer da correria e aproveitar o melhor de Bituruna! Confira @casatoscananobrasil

Tradição italiana – Hospedar-se no Hotel Grezelle é mergulhar na tradição italiana com a calorosa hospitalidade brasileira. A história da família começou na década de 1920, quando abriram um pequeno albergue. Hoje, a terceira geração mantém o legado, unindo passado e presente.

Localizado na principal via da cidade, o hotel tem 30 apartamentos, todos impecavelmente limpos e aconchegantes. Cada quarto recebe um nome em italiano, homenageando os antepassados – o meu se chama Capello, e no mesmo andar estão Convivere, Nonna e Passione, entre outros.

Pela manhã, o café colonial traz o melhor da culinária italiana, com pães, bolos e delícias caseiras, preparados pelos nonos, além do belo chimarrão que a nona Clarice preparava para eu tomar todas as manhãs. O hotel também valoriza a sustentabilidade, incentivando os hóspedes a utilizarem toalhas – um pequeno gesto que faz a diferença. Instagram: @hotelgrezelle

Bituruna possui outros hotéis de tamanhos menores e também casas para aluguel de temporada.

Espaços para Eventos em Bituruna

Bituruna tem lugares incríveis para eventos, misturando natureza, cultura e gastronomia! O Centro de Eventos e Gastronomia Villa Geyer é um lugar amplo, com cozinha, bar e áreas perfeitas para encontros privados e festas de vários tamanhos. Conheça mais: http://www.villageyer.com.br

Já o Boccalone é uma cozinha com alma italiana, criada para eventos que querem resgatar a paixão pelos sabores da Itália. O nome vem de uma gíria italiana que significa “falante” – e ali, além da boa conversa, a comida harmoniza perfeitamente com os vinhos biturunenses. Confira: http://@boccalonegelato

Outro espaço único é o Restaurante Don Oscar, que oferece uma verdadeira imersão sensorial e cultural. Além da comida típica, o local tem um teatro interativo contando a chegada dos italianos ao Brasil, com histórias de desafios e conquistas.

Os visitantes podem colocar a mão na massa – literalmente! Dá para preparar macarrão artesanal e até virar a polenta no panaro (tábua redonda), fatiando-a com uma linha, como faziam os antepassados. No buffet, tem de tudo: linguiça fresca, risotos, massas e, claro, os vinhos da região. Conheça mais: http://restaurantedonoscar

Bituruna também tem um espaço especial para grandes eventos: o Parque de Eventos Avelino Roveda. No inverno, acontece a Festa do Vinho, que já está na 12ª edição, e no verão, a Festa da Uva, que já soma 30 edições! O parque também recebe o Rodeio Crioulo e, recentemente, ganhou o Memorial Praça da Usina, que homenageia a primeira usina hidrelétrica da cidade, inaugurada em 1965. Mais informações: http://www.bituruna.pr.gov.br

Esporte – E para quem curte esportes, tem a famosa corrida Rota do Vinho, que passa pelos parreirais e vinícolas da região. Com modalidades solo e revezamento, o evento tem percursos de 5 e 16 km. A última edição, realizada em fevereiro, reuniu 1.200 atletas!

Pontos Turísticos Imperdíveis em Bituruna

Bituruna tem muito mais do que vinhos incríveis! A cidade combina gastronomia, natureza e cultura em atrações que valem a visita. No topo da cidade, está o monumento de Santa Bárbara, padroeira de Bituruna. Com 34 metros de altura, é a maior estátua da santa no mundo! Além da imponência, o local tem uma vista espetacular da região. A capela fica aberta durante o dia para visitação e oração.

Outro ponto icônico é o Garrafão de Vinho Gigante, um monumento de 18 metros de altura que fica no trevo da PR-170. Ele simboliza a tradição vitivinícola da cidade e, se fosse de verdade, poderia armazenar 250 mil litros de vinho! Não dá para sair de Bituruna sem uma foto ali!

Já no centro da cidade, a Praça do Fogo chama a atenção com sua estrutura toda feita de Araucária, árvore símbolo do Paraná. Além da beleza, o local representa a força e a tradição do povo sulista.

Como chegar em Bituruna de carro
De Curitiba: via BR-476 – cerca de 4h45 – 319,2 km
De Guarapuava: via Rod. Eng. Tancredo Benghi – cerca de 1h54 -130,7 km
De Foz do Iguaçu: via BR-277 – 6h 35 – 470,3 km 

Contato
Email: contato@bituruna.pr.gov.br
Tell: (42) 3553-8600
End: Av Dr. Oscar Geyer, 489 – Centro
Bituruna – Paraná

Texto: Silvana Canal MKT
Fotos: Silvana Canal / Siderlei Ditadi

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