Camara municipal de foz do iguaçu

Mesmo com proximidade do fim do ano, intenção de consumo das famílias cai pelo quinto mês consecutivo

Índice recua mais entre famílias de menor renda, com destaque para bens duráveis

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,3% em novembro, o quinto mês consecutivo de retração, agora com uma queda menos acentuada em relação aos meses anteriores. O componente que mede a avaliação dos consumidores sobre o Emprego Atual apresentou redução de 0,4%, e o que apura o Nível de Consumo Atual também registrou uma ligeira queda de 1,2%. O maior impacto, no entanto, foi sentido no subindicador Momento para Duráveis, com uma diminuição significativa de 2,1%, destacando-se como um dos mais afetados no mês.

Os efeitos das altas taxas de juros e da restrição de crédito continuam a impactar o consumo, especialmente em produtos de maior valor. O componente que avalia a Perspectiva de Consumo teve um leve crescimento de 0,6% em novembro, possivelmente impulsionado pelo otimismo sazonal de fim de ano, enquanto o subindicador de Acesso ao Crédito permaneceu estável.

“A proximidade das festas de fim de ano costuma trazer fôlego ao consumo, mas a cautela permanece em virtude da realidade econômica. O crédito caro e as incertezas quanto ao futuro têm moderado o otimismo dos consumidores”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Mais pobres estão cautelosos

A análise por faixas de renda mostra que as famílias mais pobres mantêm uma postura cautelosa, especialmente em relação ao crédito para bens duráveis. Com a possibilidade de novas elevações da taxa Selic, a retração no consumo de itens de maior valor deve se acentuar. Em novembro, o item Momento para Duráveis registrou queda de 2,6%, e a Perspectiva Profissional, embora tenha aumentado 0,2% na média geral, ainda reflete uma visão de incerteza sobre o mercado de trabalho, com queda de 0,2% entre os mais necessitados.

“As famílias com menor renda estão cada vez mais reticentes para a aquisição de bens duráveis devido ao crédito caro e às condições incertas da economia”, observa o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. Ele acrescenta que, com a perspectiva de novas altas da Selic, a tendência é que o consumo desses itens continue a cair.

Insegurança no mercado de trabalho impacta o consumo

Os indicadores relacionados ao mercado de trabalho apontaram uma leve queda, com o componente sobre a avaliação do consumidor em relação ao Emprego Atual recuando 0,4% e o que mede a satisfação com a Renda Atual apresentando uma redução de 0,2%. Esses dados sugerem que as famílias estão freando suas decisões de consumo, com o comportamento de compra moderado pela insegurança em relação ao emprego e ao cenário econômico.

Esse contexto, somado às condições restritivas de crédito, desafia o impulso de fim de ano que normalmente estimula o consumo, mantendo os consumidores atentos às condições econômicas antes de realizarem grandes compras.

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