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Receita com turistas internacionais ultrapassa US$ 3 bilhões, e número de visitantes é o maior desde 2018

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), indica que o volume dos serviços ficou estável em maio e CNC revisa para baixo crescimento do setor.

Em maio, o volume de receitas do setor de serviços se manteve igual ao do mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada na sexta-feira (12 de julho) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração em relação ao crescimento de 0,3% da leitura anterior, as atividades terciárias registraram perdas mensais em apenas um dos últimos sete meses. Com esse cenário, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a expectativa de crescimento do volume de serviços, de 2,2% para 2,1%, em relação ao ano passado. Já para o setor de turismo, a Confederação ampliou de 2,7% para 2,9% a previsão da variação do volume de receitas.

“O impacto da estabilidade no setor de serviços deve ser analisado com cautela, considerando o crescimento que tivemos nos meses anteriores”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. Atualmente, o volume de receitas do setor de serviços se situa em um patamar 12,7% acima do registrado no mês que antecedeu a pandemia de covid-19 (fevereiro de 2020). Serviços prestados às famílias (alta de 3,0%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (aumento de 0,5%) evitaram queda do volume mensal de receitas do setor, enquanto serviços de informação (queda de 1,1%) e transportes (retração de 1,6%) contrabalançaram as altas dos demais segmentos.

“O crescimento dos serviços tem sido, pelo menos parcialmente, viabilizado pela desaceleração dos preços”, argumenta Tadros. Em maio, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação dos serviços acumulou alta de 5,1% em 12 meses – 1,4 ponto percentual a menos que no mesmo período de 2023 (6,5%).

Turismo quebrando recordes

A desvalorização do Real tem contribuído para o aumento do fluxo de viajantes estrangeiros que visitam anualmente o Brasil. De janeiro a maio deste ano, foi registrada a chegada de 3,28 milhões de turistas em território brasileiro – aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado e maior contingente desde 2018. A via de acesso predominante no período foi a aérea, com 60,3% das chegadas. Em termos relativos, destacaram-se os avanços nas entradas de turistas oriundos do Paraguai (alta de 36%), França (aumento de 25%) e Portugal (crescimento de 23%).

O economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, explica que, embora o fluxo de turistas ainda não represente um recorde no número de visitantes, o movimento de receitas foi o maior desde o início dos levantamentos realizados pela Embratur em 2013. Nos cinco primeiros meses deste ano, o volume de receitas internacionais com turistas (US$ 3,21 bilhões) cresceu 17,8% diante do mesmo período do ano passado (US$ 2,72 bilhões). “Em média, a cada viagem, o turista estrangeiro deixa no Brasil US$ 1,070”, destaca Bentes.

Preço das passagens freia turismo interno

Apesar da retração em maio, o volume de serviços turísticos tem se mostrado consistente, com alta de 4% nos últimos 12 meses encerrados em maio e distanciando-se positivamente 4,6% em relação a fevereiro de 2020. Após dois meses consecutivos de avanços, o Índice das Atividades Turísticas (Iatur) acusou retração de 0,2% ante abril deste ano.

“O reajuste no preço das passagens aéreas, que encerrou o ano passado com alta de 47%, desacelerou. Ainda assim, o aumento de 20%, no acumulado do ano até maio, é um obstáculo à retomada do turismo interno”, avalia Fabio Bentes.

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