Semana Cultural Indígena promove intercâmbio de saberes entre comunidades
Aldeias de Diamante D’Oeste se unem em evento que recebe alunos de escolas da região
Danças, cantos ancestrais, rezas, artesanato e, principalmente, a língua guarani. Elementos de uma cultura milenar estão sendo expostos para alunos de escolas e colégios da região Oeste do estado durante a 17ª Semana Cultural Indígena das aldeias Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã, que acontece entre os dias 17 e 19 de abril, em Diamante D’Oeste (PR). Este ano, as ações acontecem na Escola Estadual Araju Porã, na aldeia Itamarã, e a expectativa é de um público de mais de 3 mil pessoas.
“É uma oportunidade para que alunos não indígenas tenham um contato direto com os guaranis, que é um povo tradicional aqui do Paraná. Eles podem ver como vive o guarani, como é a aldeia, como funciona a educação escolar neste local. Com isso, é possível quebrar estereótipos que vão sendo criados”, explica Jairo Bortolini, diretor da Escola Estadual Kuaa Mbo’e, da aldeia Añetete. As escolas se revezam anualmente para receber a feira.
Opinião partilhada pelo cacique Cipriano Tupã Alves, da Tekoha Itamarã. De acordo com ele, é uma alegria para os guaranis receber esses jovens, pois a vinda de pessoas de fora ajuda a disseminar a sua cultura e também integrar as comunidades indígenas e não indígenas do município.
Para Paulo Porto, gestor dos Programas de Sustentabilidade Indígena da Itaipu Binacional, promover esses encontros é fundamental para a quebra de preconceitos que a sociedade em geral tem em relação aos povos originários. É preciso, segundo ele, garantir visibilidade para combater a desinformação.
“Uma atividade como esta mostra uma cultura viva, de um povo que tem 5 mil anos, que está aqui há 3 mil anos. É para ter intercâmbio entre as escolas, intercâmbio de saberes, de diversidade. Quando você apresenta para essas crianças uma cultura que não é a delas, você ensina que existe uma outra maneira de ver o mundo”, destaca Porto.
A Itaipu Binacional, por meio de convênios, apoia as atividades e investe em infraestrutura para as aldeias. O objetivo é melhorar a qualidade de vida, investir na produção agropecuária, promover a segurança alimentar e nutricional, incentivar a cultura e o turismo comunitário. Desde 1997, a empresa investiu cerca de R$ 15,2 milhões nas três comunidades indígenas: Tekoha Ocoy, Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã.
“Para Itaipu, é um compromisso auxiliar nas ações indígenas da região. A sustentabilidade passa pelo investimento nos povos do campo, onde estão também os povos indígenas. Teremos cada vez mais ações integradas com o Ministério dos Povos Indígenas em áreas como educação, cultura, saúde e infraestrutura para essas comunidades tão importantes”, sinaliza o assessor especial do diretor de Coordenação da Itaipu, Adriano Lima dos Santos.