Fomentada por Itaipu, energia distribuída no Brasil supera os 14 GW da potência instalada da própria hidrelétrica
Empresa foi pioneira em estudos de viabilidade de outras fontes renováveis de energia. Marca foi atingida na quarta-feira (19).
Em 2006, a Itaipu Binacional iniciou projetos de energias renováveis em sua área de influência, com estudos de viabilidade técnica para instalação de geração distribuída nas propriedades agrícolas do Oeste do Paraná, em especial, voltadas à produção de biogás. Mais de 15 anos depois, o potencial instalado de energia distribuída em todo o Brasil superou a potência da própria usina hidrelétrica de Itaipu, de 14 GW.
A marca atingida na quarta-feira (19) mostra que todos os empreendimentos em geração distribuída de fontes solar, eólica, por biomassa e centrais geradoras hidrelétricas (CGH) somam juntos a mesma potência instalada da binacional. A fonte solar é o carro-chefe, com mais de 99,9% da participação. Considera-se fonte de geração distribuída empreendimentos com potência instalada de 3 MW, no caso da solar e eólica, e 5 MW para centrais termoelétricas (como o biogás) e hidrelétricas.
“O projeto piloto de geração distribuída apoiado por Itaipu foi o primeiro do tipo no País e serviu como base para requisitos técnicos e legais para a instalação desse tipo de tecnologia”, afirmou o engenheiro eletricista Rogério Meneghetti, gestor de projetos em Energias Renováveis da empresa. “Iniciado com o biogás, os marcos legais evoluíram e hoje em dia são amplamente utilizados pelos empreendimentos em energia solar fotovoltaica.”
Meneghetti lembra que, entre 2006 e 2008, Itaipu fez estudos sobre padrões operativos e testes de segurança, que fomentaram a geração distribuída, modalidade criada por decreto presidencial em julho de 2004 e, posteriormente, regulamentada por resoluções normativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Por meio dessas resoluções, os produtores rurais do Oeste do Paraná puderam transformar dejetos de aves e suínos em energia elétrica. Em 2009, a Copel foi a primeira concessionária de energia elétrica do País a contratar esse tipo de fornecimento de energia. Naquele ano, representantes da Cooperativa Lar, da Granja Colombari e da Fazenda Star Milk responderam à chamada pública publicada pela Copel para fornecer energia ao sistema.
Assim, o pioneirismo de mais de 15 anos da Itaipu foi fundamental no processo que culminou com a promulgação da Lei 14.300/2022, o Marco Legal da Geração Distribuída. Com a nova regulamentação, pessoas comuns podem virar pequenos produtores de energia com a instalação de painéis fotovoltaicos no telhado de casa, por exemplo.
“Faz parte de nossos objetivos estratégicos a atuação social da Itaipu no desenvolvimento sustentável da região, ao transformar um passivo ambiental, como um dejeto que poderia chegar ao reservatório, em eletricidade, trazendo segurança energética ao proprietário rural”, afirmou Meneghetti.
Geração distribuída
De acordo com dados da Aneel, atualmente há 1.359.451 empreendimentos em geração distribuída no País. A grande maioria está relacionada à energia solar com mais de 1,3 milhão de sistemas de painéis fotovoltaicos. Além deles, são 414 plantas de biogás, 91 parques de energia eólica e 77 centrais de geração hidrelétrica (CGH).
A potência instalada já supera os 14 GW da Itaipu, atingindo 14.469.598,51 kW, na tarde desta sexta-feira (21). Os empreendimentos de geração distribuída se concentram nas regiões Sudeste (com cerca de 5 GW), Sul (3,4 GW) e Nordeste (2,9 GW). No total, são 5.511 munícipios com algum sistema de geração distribuída no País, ou seja, 98,9% de todos eles.
Divisão Imprensa Itaipu
Fotos: Alexandre Marchetti / Itaipu Binaciona