Operadora de Foz do Iguaçu inova na forma de vender turismo
Em um mercado saturado, com poucas inovações, uma agência de turismo do interior
faz diferente: engaja o consumidor conectado e alia entretenimento a vendas.
Há 1 ano o turismo no Brasil tenta sobreviver. Com a mobilidade de pessoas reduzida devido à pandemia do COVD-19, milhares de pessoas vêm cancelando ou adiando suas viagens para os próximos meses. O resultado é um encolhimento do setor referente a um terço do seu tamanho antes de março de 2020. Acumulando um prejuízo de R$ 65,5 bilhões de acordo com um levantamento realizado pela FECOMERCIO/SP.
E o que é preciso fazer para tentar movimentar a economia neste momento de recessão? Muitas fecharam, outras faliram. As que têm verba para marketing estão sobrevivendo “pedalando”. Funciona assim: Você compra agora e pode viajar quando puder. É a forma que encontraram de pagar as contas. O HURB, por exemplo, está oferecendo promoções de pacotes turísticos para serem usados em 2022 ou 2023.
Com essa estratégia, investindo muito dinheiro em plataformas de anúncios, o HURB se tornou um dos 15 ecommerces que mais crescem na crise. “Temos negociação direta e indireta com mais de 500 mil hotéis, em um motor de reserva avançado e interligado”, aponta o diretor de Marketing”, conta o diretor de Marketing, Allan Baptista, em entrevista ao Portal Panrotas.
Se as grandes empresas seguem pedalando os seus lucros e reinvestindo em campanhas publicitárias para se sobressair na crise, você pode imaginar como anda uma empresa pequena, as operadoras, agências e receptivos locais. A crise aqui é mais profunda.
Para se destacar nesse setor, a Loumar, de Foz do Iguaçu, montou uma estratégia que começou por montar a sua própria audiência e estudar profundamente a jornada de seus clientes, implementando também estudos que fez nas experiências de outros países que estão sofrendo com a pandemia.
“A realidade de uma operadora local é bem diferente das grandes On Line Travel Agencies (OTAs). Temos um orçamento curto para otimizar e entregar resultado, então temos que inovar e apostar que nossas inovações deem resultado”, comenta Marcelo Valente, diretor da Loumar.
Uma dessas apostas de inovação se tornou um carro chefe de atividades dentro das atividades da agência: As lives commerces. Sucesso no mercado chinês para vender absolutamente qualquer coisa, as lives que unem o poder do entretenimento com o fechamento das vendas, virou rotina.
Em menos de 5 meses, além das lives levarem um bom tráfego às pessoas interessadas em Foz, para dentro da agência, o formato começou a ser priorizado como uma nova forma de vendas. Exatamente como aconteceu na Ásia.
“As lives aproximam as pessoas de Foz de uma forma muito especial. Quebramos qualquer tipo de rejeição, mostramos como está a cidade e já aproveitamos para vender espontaneamente o Destino Iguaçu”, conta André Vinícius, um dos coordenadores do projeto de inovação da Loumar.
O programa ao vivo que até então era feito em campanhas especiais de venda se tornou frequente dentro do Youtube da agência e até ganhou uma programação estilo canal de televisão.
Na terça-feira o destaque são as compras no Paraguai; Na quarta tem um feirão com promoções de passeios em Foz; A quinta-feira é dedicada a quem procura promoção em pacotes aéreos; Na sexta-feira as lojas do Paraguai são detalhadas por especialistas e no sábado os agentes de viagens são espalhados pelo destino para mostrar a região ao vivo.
“As lives nos conectaram ainda mais com nossos clientes. Quando eles chegam em Foz procuram nossa agência para tirar fotos e ver o “cenário” das lives, que é aqui na Loumar. Tudo acontece aqui mesmo na nossa sede. É muito legal ver o feedback deles”, conta Kaka Souza, motorista da Loumar e também apresentador das lives.
Esse ano, a Loumar ainda irá apresentar outras novidades com o objetivo de melhorar ainda mais a experiência do turista em Foz. É um aplicativo que vai monitorar a jornada do cliente durante a sua estada na cidade e sugerir os melhores preços e roteiros.
Enquanto o movimento turístico não volta como antes da pandemia, a agência de Foz do Iguaçu se prepara para estar ainda visível frente às grandes do setor e serve de inspiração para um mercado que pouco apresenta inovações.
Ao adaptar o modelo das Live Commerces que se expandem de maneira exponencial na China, a Loumar acabou se tornando uma referência para profissionais de marketing de todo o país e seu case vem sendo estudado, já que ela foi a primeira empresa no Brasil a alcançar sucesso vendendo experiências turísticas ao invés de produtos ou infoprodutos, algo que até então era considerado improvável.
“Vender algo que não pode ser enviado por encomenda para a casa do cliente, num momento em que a regra geral ditava a necessidade de ficar em casa foi um grande desafio, mas a postura que assumimos com nossos clientes desde o início da pandemia foi um fator determinante para que esse sucesso fosse alcançado”, afirma Garon Piceli, diretor de marketing da Loumar.
Treinamento de profissionais
A criação do novo canal de vendas e relacionamento foi apenas o primeiro passo para algo ainda maior. Com a missão de tornar Foz do Iguaçu um destino acessível para todos, também desde o início da pandemia, a Loumar vem promovendo um programa de treinamento para profissionais, guias de turismo, agentes e organizadores de grupos de viagem. A intenção é compartilhar com esses profissionais todo o know-how adquirido ao longo de mais de 30 anos de existência, proporcionando aos mesmos uma venda mais assertiva do destino, e garantindo que esses profissionais alcancem uma maior lucratividade sem que isso prejudique a experiência do viajante que chega a Foz do Iguaçu.
Com todas essas ações em andamento, a Loumar aspira se consolidar como a maior especialista em turismo, não apenas para Foz do Iguaçu, mas para toda a região da Tríplice Fronteira, carinhosamente apelidada por seu diretor, Marcelo Valente, como “A Miami Brasileira”, apelido esse que já vem caindo no gosto dos profissionais do trade local e que, aos poucos, vai se tornando realidade com a instalação das lojas francas (duty frees) do lado brasileiro da fronteira e a chegada de novos atrativos e investimentos nos países vizinhos. (Da assessoria/Fotos: Rafael Guimarães)