Denominação de Origem nos vinhos: selo de qualidade ou puro marketing?

Sommelière da Bodegas Grupo Wine explica o sentido do selo e indica vinhos que contêm essa certificação

A Denominação de Origem é um selo de qualidade que certifica que um vinho foi produzido em uma região geográfica específica e segue métodos de produção bem estabelecidos. Muito comum em países de longa tradição vitivinícola, como Itália, França, Espanha e Portugal, esse selo garante que as safras de vinho obedeçam a critérios rigorosos, como cultivo das uvas, variedades permitidas, rendimentos máximos, qualidade do solo, métodos de produção e tempo de envelhecimento, assegurando a qualidade e autenticidade do produto.

“Para o consumidor que está começando a desbravar o mundo dos vinhos, buscar rótulos com selos de denominação de origem, que podem vir como DOP, DOC, AOC, AOP, entre outros, é um bom critério de escolha”, diz Marina Bufarah, Sommelière da Bodegas Grupo Wine. “No entanto, isto não significa que todo vinho com denominação de origem irá agradar, pois há uma grande variedade de tipos de vinhos e gosto é sempre subjetivo. As denominações são um indicativo do estilo de vinho que aquela região produz com alta qualidade, isso pode agradar mais ou menos o paladar, mas quando se tem um certo padrão, você já sabe o que esperar”, explica. 

Confira a seguir indicações de vinhos que possuem esta classificação e têm bom custo-benefício. 

Vinhos portugueses 

Um bom exemplo para abordar o assunto é a região do Douro, em Portugal, que possui uma Denominação de Origem Controlada (D.O.C.) e é a mais antiga região demarcada do mundo, estabelecida em 1756 pelo Marquês de Pombal.  Reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, produz vinhos tintos e brancos de alta qualidade, além do icônico Vinho do Porto, vinho fortificado que equilibra doçura e acidez. Com um terroir único, caracterizado por encostas íngremes e clima continental, a região equilibra tradição e inovação na produção de vinhos expressivos e elegantes.

Vinhos espanhóis 

Não dá para falar sobre vinhos espanhóis sem mencionar a região de Rioja, no norte da Espanha, uma das mais renomadas áreas vinícolas do mundo, conhecida por seus vinhos tintos elegantes e longevos. A D.O.Ca. Rioja é um selo muito prestigiado, que garante vinhos que seguem critérios rigorosos de produção e envelhecimento. A Rioja Oriental  é a subzona mais oriental da Denominação de Origem Calificada Rioja, situada principalmente na comunidade autônoma de La Rioja, próxima à divisa com Navarra. É uma região com clima mais quente e seco, influenciado tanto pelo Mediterrâneo quanto pelo Rio Ebro, o que proporciona maturações mais rápidas das uvas e maior concentração de açúcares. 

As estrelas da Rioja Oriental são as uvas Garnacha e Tempranillo, que encontram ali condições ideais para expressar potência, fruta madura e especiarias. Mas outras variedades tradicionais como Graciano e Mazuelo também são cultivadas com excelentes resultados. 

Outra denominação de origem notória da Espanha é a D.O. Cariñena, a mais antiga de Aragão e a segunda mais antiga da Espanha. Ela se destaca por seus vinhos intensos e aromáticos, resultantes de um terroir extremo, onde as videiras crescem entre pedras e enfrentam condições desafiadoras. Conhecida como a terra do “Vinho que nasce das pedras”, essa região no Vale do Ebro produz rótulos marcantes, com grande concentração e caráter. 

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