Jornalista – muito antes do clique
Do papel à era digital: a transformação da profissão que resiste ao tempo e muitas histórias
Hoje, 7 de abril, celebramos o Dia do Jornalista. Para nós, que viemos de uma era analógica, ser jornalista era mais do que profissão — era vocação. Não bastava querer status. Era preciso ter coragem, disposição e, acima de tudo, jornalismo na veia.
Foi essa inquietação que me levou a buscar as raízes da profissão no Brasil. Descobri que Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810–1885) foi a primeira mulher jornalista do país. Educadora e defensora dos direitos das mulheres, publicou o livro “Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens”, e fundou um colégio para meninas. Já Narcisa Amália de Campos, nascida em 1852, foi a primeira a se profissionalizar. Criou o jornal Gazetinha e escreveu textos que defendiam o fim da escravidão e os direitos femininos.
Mais de 150 anos depois, as mulheres são maioria nas redações. Hoje, elas lideram iniciativas como Agência Pública, Aos Fatos e Lupa, com pautas voltadas à equidade de gênero.
Risco de vida
No passado, fazer jornalismo era arriscar a vida. Muitos colegas foram perseguidos, espancados e até mortos. Em Foz do Iguaçu, nomes como Aluísio Palma, Juvêncio Mazzarollo e Adelino de Souza marcaram nossa história local. E como não lembrar de Vladimir Herzog, morto pela ditadura em 1975, e Tim Lopes, assassinado ao investigar o tráfico nas favelas cariocas?
Ser jornalista exigia formação específica. Era necessário ter diploma, especializações, fluência em línguas. Mas mesmo com todas essas qualificações, a profissão sempre foi desvalorizada. Quem nunca ouviu: “É só um textinho, coisa simples”?
Hoje, vemos a profissão ainda mais banalizada. Basta um celular e conexão à internet para alguém se autodeclarar “jornalista”. A credibilidade, construída com esforço, muitas vezes é ignorada em meio à avalanche de novas denominações para a consagrada profissão de jornalista.
Jornalista por paixão
Apesar disso, tenho orgulho da minha trajetória. Sou jornalista por paixão, com especialização em turismo, área na qual atuo há mais de 20 anos. Sigo promovendo destinos, fortalecendo a gastronomia local e movimentando a economia da nossa região trinacional, através dos meus texto, do meu conhecimento e do relacionamento que tenho no mercado do turismo. “E junto a colegas da minha geração, sigo firme, defendendo o jornalismo ético, verdadeiro e essencial para a democracia.“
FOTO DE CAPA – A tecnologia avança a passos largos., mas precisamos ter ética e sabedoria para usá-la com moderação e responsabilidade. A foto original é de 2000, em reunião do COMTUR Foz, agora reinterpretada com Inteligência Artificial.
Texto: Silvana Canal MKT